domingo, 15 de maio de 2016

Plano de aula - Arcadismo em Portugal

UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPI VERGUEIRO

JOSIE MANTOAN ROCHA T412692
LI HUIXIN, C6631E7
MARÍLIA QUEIROZ GALVÃO C476382
WENDELL RONCOLETA FURQUIM C5464J3




ROJETO DE ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
O Ensino da Literatura e as Novas Tecnologias:
O Arcadismo Português sob a perspectiva de António Dinis da Cruz e Silva












SÃO PAULO
2016



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UNIVERSIDADE PAULISTA
CAMPI VERGUEIRO

JOSIE MANTOAN ROCHA T412692
LI HUIXIN, C6631E7
MARÍLIA QUEIROZ GALVÃO C476382
WENDELL RONCOLETA FURQUIM C5464J3



PROJETO DE ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS
O Ensino da Literatura e as Novas Tecnologias
O Arcadismo Português sob a perspectiva de António Dinis da Cruz e Silva



Projeto apresentado à Universidade Paulista - UNIP, do curso de Licenciatura de Letras, como um dos requisitos para obtenção da nota na disciplina Literatura Portuguesa: Poesia, ministrado pela Professora Lígia R M C Menna.




SÃO PAULO
2016
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1- INTRODUÇÃO
            O presente trabalho consiste na elaboração de um plano de aula, com a temática Arcadismo em Portugal, dando seguimento às aulas de Literatura Portuguesa, a ser ministrada aos alunos do Ensino Médio.
            Os alunos devem ter sido previamente apresentados às escolas literárias anteriores, sendo a última o Barroco.
            Posteriormente a esta aula, os alunos serão introduzidos à produção de Bocage, tendo em vista a transição literária para o Romantismo.
            A proposta central desta aula é, a partir da produção poética de A. D. Cruz e Silva, contextualizar os alunos na literatura poética do arcadismo português, conseguido, através de seus sonetos, identificar os ideais do neoclassicismo e seu encadeamento dentro da história de Portugal.  
            Esta proposta de aula foi planejada para ser aplicada em três períodos, com atividades extraclasse.

2- OBJETIVOS         

2.1. Objetivos Gerais
·         Apresentar aos alunos a concepção literária da segunda metade do século XVIII, o Arcadismo, através das obrasO Hissope” eOdes Pindáricas”.

2.2. Objetivos Específicos
·         Introduzir os conceitos do Arcadismo, contextualizando o momento histórico de Portugal;
·         Discorrer sobre a biografia do autor e sua importância para o movimento;
·         Ler e comentar trechos das obras “O Hissope” eOdes Pindáricas”, com o olhar voltado para as caraterísticas de composição do poema e suas críticas sociopolíticas;
·         A comparação da Língua Portuguesa utilizada na época da publicação dos livros com português moderno.
  
3- METODOLOGIA
Para apresentação deste tema, serão utilizados:

3.1. Recursos metodológicos
·         Contextualização histórica do período;
·         Apresentação de poemas com dramatização de trechos em sala de aula;
·         Análises dos poemas de Cruz e Silva, evidenciando as características da escrita arcádica;
·         Imagens eletrônicas (pinturas, esculturas) produzidos na época do Arcadismo, buscando correlacionar, visualmente, as tendências da escrita árcade;
·         Apresentação da música clássica desenvolvida nessa época: Mozart e Francisco António de Almeida;
·         Visita ao Museu de Arte Sacra em São Paulo (contextualização histórica).

3.2. Recursos Didáticos
·         Xerox dos poemas;
·         Retroprojetor;
·         Equipamento de som.

3.3. Avaliação
·         Atividades:
o   Solicitar aos alunos que pesquisem na internet fotos de quadros que representam o Arcadismo com explicação sucinta do motivo de terem escolhido determinada pintura (relacionar os conceitos do arcadismo com as figuras representadas nas pinturas);
o   Solicitar aos alunos que pesquisem na internet músicas que apresentem como temática árcade (relacionar os conceitos do arcadismo com as letras/vídeo - clips da música escolhida);
o   Buscar nas mídias sociais propagandas que utilizem o conceito do Arcadismo (relacionar os conceitos do arcadismo com a propaganda escolhida).
·         Avaliação de desempenho:
o   Exercícios aplicados em aula;
o   Prova a avaliação dos conteúdos do tema.


4- CONTEÚDO PROGRAMADO
4.1. Contextualização histórica do período
O Arcadismo em Portugal (1)
            Descontente com o excessivo rebuscamento da arte então vigente, o Barroco, voltada para as classes predominantes na época, a burguesia emergente rompe com este paradigma e propõe novas formas de expressão, mais próximo à realidade dessa população.  Essa quebra de paradigma é alimentada pela propagação do Iluminismo, a ascensão da burguesia e uma nova ordem sócio-política. 
            O Iluminismo trouxe a consciência de que tudo poderia ser explicado pela luz da razão e da ciência; pregando a justiça na ordem social, a liberdade econômica, política e igualdade jurídica. Em Portugal não foi diferente. Apoiado por D. João V e Luiz Antônio Verney, o país passa por uma reforma geral no ensino, pondo de lado os dogmas católicos e adotando as ideias iluministas. Marques de Pombal também tem papel fundamental nessa nova concepção, eliminando a influência jesuítica na educação escolar. Em 1780 Duque de Lafões funda a segunda academia portuguesa, a Academia Real das Ciências.
            Em 1756 António Dinis da Cruz e Silva, Manuel Nicolau Esteves e Negrão e Teotônio Gomes de Carvalho, todos estudantes de direito, fundam a Arcádia Lusitana, cuja duração estendeu-se até 1774. Em 1790 é criada a Nova Arcádia, academia de oratória e poesia, pelo brasileiro Domingos Caldas Barbosa.

Por que o nome Arcadismo? (1)
            O termo Arcadismo é proveniente de Arcádia, palavra de origem grega que nomeava uma lendária província da Grécia Antiga, habitada por pastores que levavam uma vida simples, em pleno contato com a natureza, cultivando a poesia e o canto. Com o tempo, essa representação passou a ser concebida como símbolo de felicidade, simplicidade e paz; um ambiente idílico habitado por pastores que vivem em comunhão com a natureza. Por ter surgido nos anos do século de 1700, utiliza-se também a denominação Setecentismo. Neoclassicismo também é um outro termo utilizado, por retomar os conceitos do Classicismo (racionalismo, imitação dos autores clássicos, revisitação da mitologia greco-romana e a busca pela perfeição física e moral). Com suas obras, os autores arcadistas buscavam disseminar os ideais neoclássicos e combater os exageros do barroquismo, ofertando uma vida pastoril, cultuando as coisas puras e simples da vida no campo. Ao se filiarem nesta temática, os autores adotavam pseudônimos de antigos pastores gregos.

António Dinis da Cruz e Silva (2)
António Dinis da Cruz e Silva nasceu em Lisboa, em 1731, filho de uma modesta família lisboeta, cujo pai imigrou para o Brasil pouco antes do seu nascimento, deixando a educação dos filhos a cuidado de sua esposa. António estudou Latim e Filosofia no Colégio dos Oratorianos e, em 1747, entrou na Universidade de Coimbra onde estudou Direito. Fundou em Lisboa, em 1756, juntamente com dois outros bacharéis em Direito, Esteves Negrão e Teotónio Gomes de Carvalho, a Arcádia Lusitana ou Olissiponense, adotando o pseudônimo arcádico de gosto clássico Elpino Nonacriense.
            Seguiu a magistratura, sendo nomeado juiz em Castelo de Vide, em 1759, e em Elvas, em 1764. Mais tarde, foi promovido a Desembargador da Relação do Rio de Janeiro. Nomeado posteriormente Desembargador da Relação do Porto, regressou a Portugal, em 1774. Em julho de 1790 foi nomeado Desembargador da Casa da Suplicação. Nesta qualidade foi de novo ao Brasil como parte da comitiva para julgar os réus da revolta que ficou conhecida por Inconfidência Mineira, na qual estavam implicados amigos seus poetas, tais como Tomás António Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Inácio José de Alvarenga Peixoto. Em dezembro de 1792, foi nomeado para exercer as funções de Chanceler da Relação do Rio de Janeiro e seis anos depois conselheiro do Conselho Ultramarino, funções que o obrigavam regressar a Lisboa, contudo faleceu antes do retorno, no Rio de Janeiro a 5 de outubro de 1799.
            Para a História da Literatura portuguesa, Cruz e Silva notabilizou-se como fundador da Arcádia Lusitana, (...), como um dos escritores que mais se esforçou pela difusão do ideal clássico de pureza, equilíbrio e bom gosto, contrariando assim os excessos do Barroco. Sua obra de maior vulto, talvez a mais apreciada obra de todo o período arcádico, é o poema heróico-cômico O Hissope (de 1768), verdadeira obra-prima do humor nacional, que desfrutou de grande popularidade e foi traduzido para francês, inglês e alemão.
            O poema foi escrito no estilo épico de Os Lusíadas, num estilo propositadamente escolhido para melhor realçar o ridículo. Tem como tema uma questão de cerimonial entre o bispo de Elvas e o deão da respectiva Sé. O poema ridiculariza os valores feudais, a mentalidade escolástica, a poesia gongórica, o fausto da aristocracia e os abusos praticados pelo alto clero.
            Em 1801 são publicadas as "Odes Pindáricas", em 1802 o poema "O Hissope" e, entre 1807 e 1817, parte significativa da sua obra foi publicada em seis volumes sob a denominação "Poesias".

4.2. Apresentação de poemas com dramatização de trechos
O Hissope (3)
Canto IV

Numa casa de campo, descuidado
Entre tanto, passava alegremente
O farfante Deão os longos dias
Em que Febo insofrido, unindo as fúrias
Às vezes que raivoso o Cão celeste,
Abraça as calvas terras Transtaganas:
Quando o Monstro veloz, que por cem olhos
Todas as cousas vê, e as cousas todas
Por cem bocas, cem línguas palra, e conta;
Com cem asas fendendo os largos ares,
Aos ouvidos lhe leva a cruel nova
Do bárbaro Decreto. Em paz serena
Então jogando sua Senhoria,
Ganhava um real róber: mas apenas
As orelhas lhe fere o infausto aviso,
Quando subitamente lhe caíram
Das mãos as Cartas. Pálido, e suspenso
Largo espaço ficou. – Não de outra sorte
Imóvel fica, que o mancebo ardido
Que seguindo no Campo, com seus galgos,
O fugaz animal, subitamente,
Ante os pés do Cavalo, vê a terra
Em profundos abismos despenhar-se.
Mas das potências recobrando o uso,
Que o súbito desgosto lhe embarga,
Escumando de raiva, entre si disse:
“Pois não querem a paz, haverá guerra.
Vós, santos Céus, e Tu, Astro brilhante,
Que o sai trazes, e que o dia levas,
E que eu nascer não vejo há longos anos!
Vós testemunhas sois, se eu pretendia
Mais, que em paz desfrutar minha Prebenda,
Comer, jogar, dormir, e divertir-me.
Mas já que Tu, oh Bispo revoltoso,
E Tu, infame, adulador Cabido,
A mudar me obrigais, com vis Cabalas,
De tão santo propósito, - até onde
Chegam dos Laras o valor e o brio,
Desta vez provareis.” Isto dizendo
Levanta-se furioso; e sem respeito
Ao real Róber, que ganhado tinha,
(Tanto pode a paixão no peito humano!)
Assim mesmo, e sem ver quanto indecente
Foi sempre à Senhoria andar à pata,
Ao caminho se pôs, aos ilhais dando,
Suando e melancólico entra em Casa.
Ali, sem sossegar, ora passeia
Pela comprida Sala, ora se assente,
Ora consigo fala. Em vão a mesa
Os Criados lhe põem; em vão os gordos
E tenros Perdigotos, a salada,
A fruta, o vinho, os doces o convidam;
Que, sem ceia, esta noite foi deitar-se.
Ali a mole pluma se lhe torna
Em duro campo da cruel batalha.
Mil cuidados o investem; seu decoro
Atrozmente ofendido, a todo o instante,
A memória lhe vem: ora d’um lado
Os lassos membro volve, ora do outro:
Suspira, tosse, escarra, e abrindo a caixa
Toma o insulso rapé, e não sossega.

       A triste Senhoria, que chorando
A desonra comum, aos pés do leito,
Companhia lhe faz, compadecida
Do seu desassossego, veloz parte
A trazer-lhe um pesado, e doce sono.

       Entre as rochas do Bósforo Cimerio
Uma gruta se vê, onde não entra
Já mais a luz do sol; sombria alcova,
Onde, em triste letargo submergido,
Repousa o Deus do sono, coroado
De brancas preguiçosas dormideiras:
Em torno ao torpe alvergue não se escuta,
Com seu canto, chamar o esperto Galo
Da Aurora a clara luz; nem na alta noite
Ladrar raivosos cães; mas só murmura
Um plácido ribeiro, que respira,
Com o surdo rumor, paz e descanso.
Outros menores Sonos, fértil prole
Do indolente Morfeu, ali assistem.
Tanta espiga não doura a fértil Ceres
No caloroso Estio; tantas flores,
Na fresca Primavera, pelos prados
Fecunda não produz a Madre Terra,
Quantos ali se vem, todos diversos
De gênios, de costumes, de figuras;
Uns de lúgubre aspecto, outros de ledo,
Muitos pesados são, muito são leves;
Estes, entre vãos sonhos, de contino
Pela escura Caverna andam voando;
Os olhos tem cerrados, e dormindo,
De mil ervas letárgicas o suco
Espremem dentre as mãos. Caladamente
Aqui se chega a triste Senhoria,
E um deles, pelas asas, agarrando,
À casa do Deão, consigo o leva,
Que urrando de desgosto, não dormia:
Mas mal o lumiar toca da porta,
Quando o humor sonolento derramado
Do sono pelas mãos, aos olhos chega
Do desperto Deão, que logo os cerra,
E a ressonar começa docemente.

       Então o Gênio, em sonhos lhe aparece,
E falando com ele assim dizia:
“Que é isto, ilustre Lara! Assim desmaia
Teu forte coração! Como é possível,
Que quem pôde sofrer o grave aspeito,
Em Roma, das maiores Personagens,
Sem susto, sem temor, hoje esmoreça,
Perca toda a constância, trema, e gele,
Só a vã ameaça d’um Cabido,
A quem faltou, sem ti, alma e cabeça?
Ânimo pois, valor, e segurança,
Que o Campo cederam os inimigos.
Nesta Cidade tens discretas penas,
Tens de Serpa o Auditor, que o velho Accursio,
E  Bártolo o famoso só despreza,
Por que idólatras foram, e adoraram
A Jove, Marte, e Juno, divindades
A quem aras ergueu o Paganismo.
O Céa tens também, tens o Fernandes,
Oráculos de Astréa, que seu dente
Em Cânones também metem ousados;
Estes consulta, e segue os seus ditames,
Para o orgulho abater de teus contrários.”

- “E tu, quem és, Espírito Celeste,”
(O Deão encantado, lhe pergunta,
Da graça, que no rosto lhe cintila)
“Que a consolar-me vens nos meus trabalhos!”

-“Eu sou (Ela lhe torna) a Senhoria,
A quem, com tanto extremo, tu adoras.”

       A estas vozes, da cama salta fora,
Por terra se lhe prostra, bate os peitos,
De gosto doces lágrimas derrama,
Beijar-lhe quis os pés; mas neste instante,
Ela desaparece, e ele acorda.

       Já o sol, esmaltando com seus raios
A alegre terra, entrava às furtadelas,
Das cerradas janelas pelas fisgas,
E as importunas moscas começavam,
Com seu lento sussurro, e com os curtos
Aguilhões, que nas caras lhes cravavam,
Quando o nosso Deão, todo engolfado
Na Celeste visão, se veste alegre;
As meias gris de fer, e mais as luvas,
A Casaca de seda, e mais a Capa,
Em sinal de prazer, preparar manda;
O Crescente penteia, e todo guapo
E do pó sacudido, sai de Casa.

       Há d’Elvas na Cidade um Escritório,
Onde assiste a Trapaça, e o Pedantismo.
Ali os feios monstros consultados,
Do gritador Fernandes pela boca,
Suas respostas dão à rude plebe.
Aqui o Reverendo Prebendado
Seus passos encaminha, e aqui chega,
A tempo, que de chambre, o novo Caio
A um rude Camponês, que o escambo
Com outro seu vizinho, respondia:
Mil livros tem abertos, e mil textos
Em latim, ad formalia, lhe repete.
Mas se o rústico deles nada entende,
O Doutor muito menos entendia:
“O seu caso (lhe diz) próprio, escarrado
Neste livro, aqui temos, vá seguro,
Que, a seu favos, terá final sentença.”
       Neste momento sua Senhoria
À porta chega, e o grã-Consulto, ao vê-lo,
Logo o rústico deixa, e vai buscá-lo.
À parte se retiram; e no caso,
Que o Deão lhe propõe, ambos conferem.
Aqui a Livraria vem abaixo;
De poeira uma nuvem se levanta,
Que sai dos velhos, e traçados livros:
Em vão sacode os punhos e a Casaca
O bom Deão; que quanto mais sacode,
Mais poeira dos livros vem caindo.
Lê, e relê o grã-Jurisconsulto,
E depois considerando, assim conclui:
“À Metrópole vossa Senhoria
Deve logo apelar. Isto me ensinam
Os Doutores, Senhor, que tenho lido.”
“Inda assim (replicou o fofo Lara)
Veja vossa mercê sempre o que dizem
No ponto Van-Espen, Dupin, Bartholio.
Estes livros louvar, e seus Autores,
Numa douta Assembléia tenho ouvido.”
- “Que Van-Espen, Dupin, e que Demônio?
(Disse o Consulto então escandecido)
Esses nomes jamais, esses escritos,
Nem ouvi repetir, nem meu Pecúlio
Com eles uma voz alega, e prova:
Sem dúvida serão d’alguns Hereges.
Aqui temos o bom Panormitano,
Em grande letra Gótica, os Fagnanos,
Valenças, Belarminos, Anacletos:
Estes sim, que são livros de mão-cheia;
E não esses Autores estrangeiros,
Que com sua doutrina a Igreja empestam,
O que lhe digo, faça: Appélle, Appélle;
E deixe-se do mais, que é parvoíce.
Advirto-lhe também, que não se esqueça
De pedir os Apóstolos; e sejam
Os reverenciais, por que suspendam
Do malévolo Acórdão os efeitos;
E não uma só vez; mas muitas vezes,
Com mais, e mais instância, instantemente.”
-“Isso (diz o Deão) é escusado;
Eu conservo, entre várias baforinhas
“(De Agnus Dei, de Verónicas, de Bréves,
Que trouxe lá de Roma, e ao despedir-me,
Me deu o Passionei,) uma Cabeça
Do glorioso são Pedro, coisa rara!
Obra de insigne Mestre. Talvez este,
Como Príncipe foi do Apostolado,
Baste no nosso caso, a serem nele
Os sagrados Apóstolos precisos.
Veja, Doutor, se tem isto caminho,
Por poupar-me a vergonha de pedi-los.”

-“Não são esses (sorrindo-se, lhe torna)
Mas outros, os Apóstolos, que digo,
E que precisos são no nosso caso:
Esta frase, Senhor, entre os Praxistas,
Tem diverso sentido, e significa
O como a Apelação deve expedir-se.
A alguns destes modernos tenho ouvido
Que fora no Romano Foro usada,
E nele os Canonistas a pescaram;
Eu porém deste achado, e d’outros muitos
De que eles se presumem os Autores,
(Do bom Febo, bom Mendes, e bom Pegas,
A luz e norma dos que o Foro cruzam,
Com punível despejo motejando)
Cá para mim me rio; pois não acho
Em meu Pecúlio semelhante nota.
Faça pois, sem demora, o que lhe digo,
Que outra estrada não tem, por onde possa
Do Acórdão escapar à sem-justiça.”
       Corrido, e aconselhado ao mesmo tempo,
Do Doutor o Deão se despedia;
Quando o Consulto dando uma palmada
Num livro, que na banca estava aberto:
“Espere (lhe gritou) que neste instante
Uma coisa me lembra de substância:
De Juízes venais, e corrompidos
Tudo esperar se deve; e deve tudo
Com tempo prevenir, o que é prudente.
E como os seus, Senhor, são deste porte,
Se deve recear, que levemente
A sua Apelação possam negar-lhe;
Assim, por evitar longas ambages,
Que dinheiro, paciência, e tempo gastam,
Será melhor que Vossa Senhoria
Apele logo, - coram probo viro.”
-“E que querem dizer, Doutor amigo,
Essas palavras, - coram probo viro?
Que eu do latim estou quase esquecido:
Sem embargo de que (dizia o Lara)
Quando fui Estudante, era eu uma Águia,
(Não o digo, Doutor, por fanfarrice;
Que eu de bazófia nunca tive nada)
Em declinar veloz nominativos:
E na Classe o troféu levei mil vezes;
Por sinal, que de tê-lo, boas fitas
O Mestre me rapou, que era um alambre.
Mas voam, voam os ligeiros anos,
E daninhos, consigo, tudo o levam,
Os gostos, a saúde, e a memória;
E qualquer rapazinho agora pode
Rachar-me com quinaos afoitamente.
-“Querem dizer, que Vossa Senhoria
(O Fernandes lhe volta) apelar deve
Perante algum Varão, que em dignidade
Constituído seja; verbi-gratia,
O Guardião dos Caspuchos, dos Paulistas
O Reitor, o Prior dos Domínicos;
Este foi eficaz, pronto remédio,
Que os famosos letrados Palma, Décio,
Bártolo, Castro, e Baldo descobriram
Contra injustos Juízes, que denegam
A justa Apelação aos Litigantes.
Esta lembrança é minha, (não entenda
Que, por gabar-me, o digo; os meus estudos
Assaz notórios são nesta Cidade).
Noves vezes (não trato por agora
Do Autor da Arte legal, nem do Perfeito
Advogado, ou do Flaviense Gomes,
Por serem todos três de menos polpa),
Tenho lido, e cotado em mil lugares
O grande Português Cabral, Vanguère,
E o famoso Bremeu, de cujo livro
Faz logo ver o Título a grandeza;
O mesmo digo do moderno Campos;
Sem que o nosso Ferreira me escapasse,
Autores todos de maiôs chorume,
Que esses seus Zalweins, que os seu Bartélios.
Esta lembrança pois, a dizer torno,
Nem todos teriam; não o Céa,
Não o Doutor Caetano, e a récua toda
Dos novos letradinhos à francesa,
Quem sem trégua as orelhas nos martelam,
Não sei com que Noodts, nem com que Strachios,
E outros galantes nomes tais como estes,
Que na boca não cabem, nem a língua
Pôde, bem que se afane, pronunciá-los;
Mouriscos devem ser, ou eu me engano,
Que Cristãos nunca usaram de tais nomes,
Vá pois, Senhor Deão, e sem receio
A sua Apelação pronto interponha,
Que aos Juízes depois intimar deve,
Se quer das multas escapar ao raio;
Que o terrível Acórdão lhe fulmina.
Não durma sobre o caso, nem descanse:
Que, segundo a vulgar regra em Direito,
O Direito aos que dormem não socorre.
- “Essa regra, Doutor, é o Diabo!
Merecia, o que a fez, as mãos cortadas”.
(O Deão assustado repetia.)
Visto isso, por amor desta demanda
Hei de eu perder a paz, e o meu sossego,
Não dormir, vigilar continuadamente?
Oh ditoso Arganaz, e tu, Marmota,
Que sem demandas ter, nem ter cuidados,
Passais dormindo quase o ano inteiro!
Oh quanto mais feliz é vossa sorte,
Que a nossa, tristes homens! Pois, se acaso
Queremos defender nosso Direito,
O Direito nos deixa, se dormimos!
Meu Doutor, se essa regra é verdadeira,
Fique o malvado Acórdão subsistindo,
Chovam embora sobre mim as multas,
O vestido de seda, a loba, a murça,
Pela água abaixo vão, tudo se perca,
Contanto que eu não perca um só instante
Dos meus suaves, regalados sonos.”

       Aqui, com branda voz, o bem Fernandes
Ao aflito Deão assim consola:
Senhor, os textos tanto ao pé da letra
Se não hão de entender, como imagina;
Não é da mente pois do grã-Consulto,
Que esta regra ditou prudentemente,
Que não devam dormir os pleiteantes,
Que isso seria desmarcada asneira;
Sua tenção somente foi lembrar-nos,
Que quem litígios tem, e quer vencê-los,
Deve tudo atentar, e ser esperto.”

-“Isso agora, (cobrando novo alento,
Diz o Deão farfante) é outra coisa.
Por esperto, não tenha, Doutor, medo,
Que me haja de vencer o gordo Bispo;
Que aqui, onde me vê, sou grão laverco:
Muitas vezes no Wist, estando as nove,
Na segunda partida, os meus Contrários,
De tais artes me valho, tais maranhas,
Que (não tendo mais que um) lhes ganho o róber.”

       Isto dizendo, e feita uma zumbaia,
Do Doutor Bartolista se despede;
E mais ligeiro, que um ligeiro Galgo
Para a casa direito o fio toma,
Onde, sem se despir, manda, lhe tragam
Prestemente a comida, e prestemente
Engole, pensativo, alguns bocados;
E na mesma cadeira, sem deitar-se,
Umas vezes dormindo, outras pensando,
Por algum tempo recostado.

ODE XXIII (4)
A DIOGO DA SILVEIRA, FAMOSO CAPITAM NA INDIA

ESTROFE I
Gozar’no brando seio da riqueza
De prazeres cercado
O fausto da grandeza,
A meta sempre foi do vulgo errado:
Mas a alma que a virtude busca, e ama,
Detesta a vil inercia; sem cubiça
                Vê o resplandor do ouro
                Que scintillante fama
He só dos grandes gênios o tesouro.

ANTISTROFE I
De Scyro no palácio sumptuoso
                Gozava disfarçado
                O Pélida espantoso
Brandas lisonjas de propicio fado.
Mas tanto que lhe pinta na memoria
Da guerreira trombeta e som terrível
                O rosto refulgente
                Da imarcescível gloria,
A pompa feminil despe impaciente.

EPODO I
                Em vão Thetis formosa
                De Deidameia c’o pranto
Em vão c’o pranto sem detel-o intenta:
                Para o encher de espanto
Da morte o torvo aspecto lhe apprezentar,
Que em Pergamo o esperava furiosa,
Mas nada prende o fero moço ardente,
Que por honrar a pátria
A’morte, grande heroe, corre contente.

ESTROFE 2
Do perjuro Ilion, rasgando os mares,             
                Voa aos campos ligeiro,
                Qual rompe os turvos ares
Relampago de estragos mensageiros.
Ali a lança empunha formidável;
E na veloz quadriga, de alto esforço
                Obrando mil prodogios,
                Horrendo, inexorável,
A ferro e fogo escala os campos phrygios.

ANTISTROFE 2
Lyra audaz que, soltando o largo pano
                Do Asopo ao fresco vento,
                Te engolfas no Oceano,
E do rumo te alongas n’um momento;
De Antandro deixa o campo sanguinoso,
Pois em Diogo tens mais alto exemplo:
                A’ Aurora volve a prôa,                     
                Onde o nome famoso,
Qual astro scintillante, imortal vôa.

EPODO 2
                Não de arnez tresdobrado,
                Por Pyracmon batido
Da Trinacria nas fera oficinas,
                Ali o heroe vestido,
O Malabar semeia de ruinas:
Mas de seu grande coração armado,
Já no mar, já na terra irado, e forte,
                Corre a afrontar seguro
Os feros batalhões da voraz morte.

ESTROFE 3
Para vingar feroz a grande injúria,
                Seus bosques despovôa
Do Samorim a fúria.
Em vaõ seus mares de paráos povôa:
Em vaõ de ufanos Naires suas praias
Contra o braço imortal borda raivoso;
                Que o cavalleiro invicto
                Rompe as chusmadas faias,
E ao fogo entrega Calecut aflicto.

ANTISTROFE 3
Qual sahe da escura nuve o voraz fogo
                Que Tonante Fulmina,
                Que a terra aclara, e logo
Altos bosques, e torres arruína,
Tal Mangalor o vio, tal Castellete,
Tal Bandorá, tal Pate, e tal Taloya;
                Tal Baçaim ousada
                Que a seu braço submete,
A pezar de Tocaõ, a fronte armada.

EPODO 3
                Clio, que as tranças belas
                Orna de eternas flores,
As azas bate abrindo os subtiz ares;
                Meus bravos corredores
Guia de Arabia aos porcellosos mares,
Do grande heroe seguindo as soltas vélas.
Ali cheio o verás de imortal gloria,
                Obrar na dura guerra
Acção mais digna de imortal memoria.

ESTROFE 4
Depois que as grandes azas despregaraõ
                As reaes águias latinas,
                E o vôo audaz voltaraõ
A cervar-se de Iberia nas ruinas,
Oh qual á fera Roma alçou barreira
Do luso Viriato o duro braço!
                E quanto ao Ebro ufano,
                Na rápida carreira,
Quanto o Tejo engrossou sangue romano!

ANTISTROFE 4
Em vaõ Vitilio as legiões movendo,
Em vaõ corre Unimano,
A oppor-se ao heroe tremendo;
Em vão Plaucio, Pompeo, Serviliano;
Que tudo rompre o campeaõ valente:
Qual trovaõ que, rasgando as densas nuvens,
                Ignivomo, espantoso,
                Desfaz a roda ardente,
Que a maõ revolve do tufaõ furioso.

EPODO 4
                Entaõ de Roma austera
                A virtude inflexível
Ao braço Portuguez cedeu vencida,
                E da traição a fera
Em seu lugar alçou o rosto horrivel.
Scipiaõ, com tirar-lhe a heroica vida,
Rouba as glorias ao grande Lusitano:
                Que a tanto extremo sobe
A ambição de vencer em peito humano!

ESTROFE 5
Ao ver na infame maõ o ferro alçado
                Para a morte aleivosa,
                Se encheu de pejo honrado
Do grão Fabricio a sombra generosa.
Trez vezes suspirou, que a morte indina,
Rasgado o véu, lhe faz, por entre a nevoa
                Da voadora idade,
                Ver próxima a ruina
Da indomita romana liberdade.

ANTISTROFE 5
Mas que differ’ente estrada piza ufano
                No graõ campo de Marte
                O varaõ lusitano!
Ele a roubar naõ corre com vil arte
Bárbaro louro, que a victoria ofende;
Mas detestando o prospero triunfo,
                Que indigna, estranha trama,
                A’ sua espada rende,
Da negra mancha salva a lusa fama.

EPODO 5
                Oh Lysia gloriosa,
                Em teu gemido derrame
Sempre a paz da abundancia o vaso cheio
                Porem se a guerra infame
Sahir bramado do tartareo seio,
E correr tuas campanhas espantosa,
A florear as quinas triunfantes,
                Brotem de teu regaço
Cem heroes a Silveira semelhantes.
(Transcrição literal do original publicado em 1801)


CENTURIA I
Parte III
Oh Carcere Feliz! onde a formosa
Nize minha me aguarda; e tem cerrado;
Não porque tenha contra as leis peccado;
Mas de subito acaso receosa;

Ao triste som da chave rigorosa
Se assusta o preso, e eu fico alvoroçado
Pois juiz não espero carregado,
Nem de quebrada lei pena horrorosa:

Mas, o ver por alguns curtos espaços
Da gentil Carcereira o gentil rosto,
Que me soube forjar tão doces laços;

Mas, a pena que Amor me tem imposto,
Que he, por culpa de amalla, nos seus braços
Entre suspiros mil morrer de gosto.
(Transcrição literal do original publicado em 1807)

SONETO XLIX
Corre, já entre Serras Escarpadas (5)
'Antologia Poética'

Corre, já entre serras escarpadas,
Já sobre largos campos, murmurando.
o Tieté, e, as águas engrossando,
soberbo alaga as margens levantadas.

Penedos, pontes, árvores copada:
quanto topa, de cólera escumando,
com fragor espantoso vai rolando
nos vórtices das ondas empoladas.

Mas quando mais caudal, mais orgulhoso,
as margens rompe, cai precipitado,
atroando ao redor toda a campina.

O próprio retrato é dum poderoso,
pois quanto mais sublime é seu estado
mais estrondosa é a sua ruína.

4.3. Análise dos poemas de Cruz e Silva
Após a leitura dos poemas, apresentar os conceitos do Arcadismo, utilizando trechos da obra de Cruz e Silva.
São características do Arcadismo, segundo Massaud Moisés (6):
a-    Máximas latinas (6), (7):
a.    Inutilia truncat – repúdio às “coisas inúteis” que adornavam pesadamente a poesia barroca;
b.    Carpe diem (aproveitar o dia) – Em face das instabilidades oriundas do mundo material, partindo do pressuposto relacionado à fugacidade da vida, o ideal era aproveitar os prazeres proporcionados por esta, antes que passassem.
c.     Fugere urbem (fugir da cidade) – Tendo em vista as ideias preconizadas por Rousseau, somadas ao crescimento desordenado das cidades, desencadeou-se o bucolismo – manifestado por uma evocação nostálgica do campo e da natureza. Dessa forma, o anunciador (emissor) integra-se à vida campesina, abnegando-se dos valores citadinos.
d.    Locus amoenus (lugar ameno) – Segundo a visão dos representantes árcades, a natureza era vista como um lugar ameno, aprazível, que lhes proporcionava equilíbrio e paz interior.
e.    Aurea mediocritas (equilíbrio do ouro) – Partindo do pressuposto de que a simplicidade se revelava como elemento preponderante, o luxo e a ostentação eram vistos como algo inconcebível. Nesse sentido, os representantes árcades pregavam o ideal de uma vida simples, permeada pelo equilíbrio, isto é, sem miséria nem riqueza, contando apenas com o essencial, que pudesse lhe proporcionar tempo para a virtude e a arte.
b-    Retomada da poesia camoniana (retomada do estilo clássico): os poetas árcades buscavam restaurar a supremacia da autêntica poesia clássica, (...) em busca das fontes originárias do Classicismo;
c-    Pastoralismo: os poemas têm por temática a mitológica Arcádia, região grega de pastores e poetas que viviam em meio a uma Natureza sempre idílica (de caráter maravilhoso). Culto permanente das virtudes morais, fuga da cidade para o campo (fugere urbem) pois a cidade é considerada foco de mal-estar e corrupção. Desprezo pelo luxo, riquezas e das ambições que enfraquecem o homem. Elogio da vida serena, plácida, superação estoica dos apetites menores, (...) gozo pleno da vida, contemplação da beleza e da Natureza.
d-    Orientação literária: defendem a separação dos gêneros, abolição da rima, emprego de metros simples, o despojamento dos poemas, a importância da mitologia. Adotam pseudônimos pastoris (fingimento poético) e imaginam-se vivendo num mundo habitado por deuses e ninfas, em meio a uma Natureza e um tempo fictícios, utópicos. Buscam o exílio voluntário.
e-    Princípio da imitação: adotado pelo Classicismo, os poetas produzem uma poesia de pose, artificial, demasiado literária. 

4.4. Imagens eletrônicas (pinturas, esculturas) produzidos na época do Arcadismo
Imagem 01 – A. D. Cruz e Silva
Fonte: Google imagens, 2016


Imagem 02 – Eros e Psiquê - Michelangelo
Fonte: Google imagens, 2016


Imagem 03 – As Sabinas – Jacques-Louis David
Fonte: Wikipedia, 2016

Imagem 04 – Édipo e a esfinge - Jean-Auguste Dominique Ingres
Fonte: Google imagens, 2016

Imagem 05 – Pintura de A. Zoffoli
Fonte: Google imagens, 2016

4.5. Exercícios para aplicação em sala de aula
01. Assinale o que não se refere ao Arcadismo (8):
a) Época do Iluminismo (século XVIII) – Racionalismo, clareza, simplicidade.
b) Volta aos princípios clássicos greco-romanos e renascentistas (o belo, o bem, a verdade, a perfeição, a imitação da natureza).
c) Ornamentação estilística, predomínio da ordem inversa, excesso de figuras.
d) Pastoralismo, bucolismo suaves idílios campestres.
e) Apóia-se em temas clássicos e tem como lema: inutilia truncat (“corta o que é inútil”).

02. Indique a alternativa errada (8):
a) Cultismo e conceptismo são as duas vertentes literárias do estilo barroco.
b) O arcadismo afirmou-se em oposição ao estilo barroco.
c) O conceptismo correspondeu a um estilo fundado em “agudezas” ou “sutilezas” de pensamento, com transições bruscas e associações inesperadas entre conceitos.
d) O cultismo correspondeu sobretudo a um jogo formal refinado, com uso abundante de figuras de linguagem e verdadeiras exaltação sensorial na composição das imagens e na elaboração sonora.
e) O Arcadismo tendeu à obscuridade, à complicação linguística e ao ilogismo

Nos exercícios 3 e 4, assinale, em cada um, a (s) afirmação (ções) improcedente (s) sobre o Arcadismo. (Podem ocorrer várias em cada exercício) (8).

03. A respeito da época em que surgiu o Arcadismo:
a) o século XVIII ficou conhecido como “século das luzes”;
b) os “enciclopedistas” construíram os alicerces filosóficos da Revolução Francesa;
c) o adiantamento cientifico é uma das marcas desta época histórica;
d) a burguesia conhece, então, acentuado declínio em seu prestígio;
e) em O Contrato Social, Rousseau aborda a origem da Autoridade.

04. Quanto à linguagem árcade:
a) prefere a ordem indireta, tal como no latim literário;
b) tornou-se artificial, pedante, inatural;
c) procura o comedimento, a impessoalidade, a objetividade;
d) manteve as ousadias expressionais do Barroco;
e) promove um retorno às “virtudes clássicas” da clareza, da simplicidade e da harmonia.

05.  (CESEP - PE) (9)
I - "O momento ideológico, na literatura do Setecentos, traduz a crítica da burguesia culta, ilustrada, aos abusos da nobreza e do clero."
II - "O momento poético, na literatura do Setecentos, nasce de um encontro, embora ainda amaneirado, com a natureza e os afetos comuns do homem".
III - "Façamos, sim, façamos doce amada / Os nossos breves dias mais ditosos." Estes versos desenvolvem o tema do carpe diem.
a)  todas as proposições são corretas
b) só a proposição I é correta
c) só a proposição II é correta
d) são corretas somente as proposições I e II
e) só a proposição III é correta

06. Movimento estético que gravita em torno de três diretrizes, Natureza, Verdade e Razão, buscando fazer da literatura a "expressão racional da natureza para, assim, manifestar a verdade". Trata-se do (9)
a) Simbolismo
b) Modernismo
c) Neoclassicismo
d) Barroco
e) Romantismo

07. (FAC. MED. TRIÂNGULO MINEIRO) (10)
A busca da simplicidade da linguagem e a descoberta da felicidade pela integração do homem na natureza, em oposição ao artificialismo formal e à angústia dos conflitos entre o Bem e o Mal, são algumas das características que contrapõem o .............................. ao ......................... .
a) barroco – classicismo.
b) arcadismo – barroco.
c) romantismo – arcadismo.
d) parnasianismo – romantismo.
e) simbolismo – parnasianismo

08. (CFET-PR) Assinale a alternativa que melhor indica os valores da estética árcade:
a) natureza, simplicidade, pastoralismo. (10)
b) equilíbrio, natureza, filosofia.
c) pastoralismo, sonoridade, natureza.
d) bucolismo, pastoralismo, ilogismo.
e) pastoralismo, ilogismo, subjetivismo.

09. (OBJETIVO-SP) Assinale, com relação ao Arcadismo (V) verdadeiro ou (F) falso: (10)
( ) desenvolveu-se na segunda metade do século XVIII, refletindo os ideais iluministas. Coincide no Brasil com o ciclo da mineração e com as rebeliões nativistas.
( ) é um regresso aos ideais do classicismo greco-romano e renascentistas (clareza, simplicidade, busca do belo, bem, verdade e perfeição).
( ) os temas predominantes são o pastoralismo e o bucolismo. A natureza é o cenário suave e convencional onde “pastores” e “musas” vivem amenos idílios campestres.
( ) o estilo é contido, há poucas figuras (em comparação ao Barroco) e predomina a ordem direta.
( ) não há conflitos, a expressão é serena e apoia-se na mitologia greco-romana, no convencionalismo amoroso.
( ) a arte volta-se para o natural e o verdadeiro e tem finalidade didática e moralizante. A imaginação é contida.
( ) segue os ideais clássicos da “fugere urbem”, da “carpe diem”, da “aurea mediocritas” e tem como lema “Inutilia Truncat”.

10. (OBJETIVO-SP) Assinale a (s) alternativa (s) não relacionadas ao Arcadismo em Portugal: (10)
 ( ) Regime Pombalino – despotismo esclarecido.
( ) Influência espanhola.
( ) Influência francesa e italiana.
( ) Iluminismo, racionalismo.
( ) Arcádia Lusitana e Nova Arcádia

11. (UEL-PR) Assinale a alternativa em que aparece uma característica imprópria do Arcadismo: a) bucolismo. (10)
b) presença de entidades mitológicas.
c) exaltação da natureza.
d) tranquilidade no relacionamento amoroso.
e) evasão da morte.

12. (CENTEC-BA) Quando o poeta neoclássico pinta uma paisagem como um “estado de alma”, podemos dizer que estamos diante de uma paisagem: (10)
a) tipicamente neoclássica.
b) sugestivamente simbólica.
c) rebuscadamente barroca.
d) prenunciadora do parnasianismo.
e) antecipadamente romântica.


 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- CESAD. Arcadismo em Portugal. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/17331916022012Literatura_portuguesa_II_Aula_3.pdf. Acesso em 29/03/2016
2- Wikipedia: António Dinis da Cruz e Silva. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Dinis_da_Cruz_e_Silva>. Acesso em 29/03/2016.
3- UFSC. LITERATURA BRASILEIRA. Textos literários em meio eletrônico: O Hissope, de António Diniz da Cruz e Silva. Disponível em: < http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/0006-02949.html>. Acesso em 01/05/2016.
4- UFSC. LITERATURA BRASILEIRA. Textos literários em meio eletrônico: O Hissope, de António Diniz da Cruz e Silva. Disponível em: < http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=30675>.
Acesso em 01/05/2016.
5- PREFEITURA DE SALTO. Uma das mais belas maravilhas da natureza através dos olhares de poetas, viajantes e pintores: três séculos de passeios para edificar um monumento. Disponível em: < http://www.salto.sp.gov.br/museu/textos/cachoeira_pintores_viajantes_distr.pdf>. Acesso em 01/05/2016.
6- MOISÉS, Massaud. A Literatura Portuguesa. São Paulo: Cultrix, 2006.
7- UNIVERSO ONLINE: BRASIL ESCOLA. Arcadismo. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/arcadismo.htm>. Acesso em 01/05/2016.
8- Disponível em: <http://www.coladaweb.com/exercicios-resolvidos/exercicios-resolvidos-de-portugues/arcadismo-2>. Acesso em 01/05/2016.
9- VESTIBULAR 1.COM.BR. Literatura Portuguesa.           Arcadismo e Pré-romantismo. Disponível em: <http://www.vestibular1.com.br/exercicios/Literatura_portuguesa_arcadismo_preromantismo.htm>. Acesso em 01/05/2016.

10- CCI SENIOR: Escola de Ensino Médio e Educação Profissional. Questões de vestibulares. Disponível em: http://www.ccisenior.com.br/Util/HandlerArquivoBiblioteca.ashx?arq=123>. Acesso em 01/05/2016.

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