domingo, 3 de abril de 2016
1- INTRODUÇÃO
O Arcadismo em Portugal(1)
Descontente com o excessivo
rebuscamento da arte então vigente, o Barroco, voltada para as classes
predominantes na época, a burguesia emergente rompe com este paradigma e propõe
novas formas de expressão, mais próximo à realidade dessa população. Essa
quebra de paradigma é alimentada pela propagação do Iluminismo, a ascensão da
burguesia e uma nova ordem sócio-política.
O Iluminismo trouxe a
consciência de que tudo poderia ser explicado pela luz da razão e da ciência;
pregando a justiça na ordem social, a liberdade econômica, política e igualdade
jurídica. Em Portugal não foi diferente. Apoiado por D. João V e Luiz Antônio
Verney, o país passa por uma reforma geral no ensino, pondo de lado os dogmas
católicos e adotando as ideias iluministas. Marques de Pombal também tem papel
fundamental nessa nova concepção, eliminando a influência jesuítica na educação
escolar. Em 1780 Duque de Lafões funda a segunda academia portuguesa, a
Academia Real das Ciências.
Em 1756 António Dinis
da Cruz e Silva, Manuel Nicolau Esteves e Negrão e Teotônio Gomes de Carvalho,
todos estudantes de direito, fundam a Arcádia Lusitana, cuja duração estendeu-se
até 1774. Em 1790 é criada a Nova Arcádia, academia de oratória e poesia, pelo
brasileiro Domingos Caldas Barbosa.
Por que o nome Arcadismo?(1)
O termo Arcadismo é
proveniente de Arcádia, palavra de origem grega que nomeava uma lendária
província da Grécia Antiga, habitada por pastores que levavam uma vida simples,
em pleno contato com a natureza, cultivando a poesia e o canto. Com o tempo,
essa representação passou a ser concebida como símbolo de felicidade,
simplicidade e paz; um ambiente idílico habitado por pastores que vivem em
comunhão com a natureza. Por ter surgido nos anos do século de 1700, utiliza-se
também a denominação Setecentismo. Neoclassicismo também é um outro termo utilizado,
por retomar os conceitos do Classicismo (racionalismo, imitação dos autores
clássicos, revisitação da mitologia greco-romana e a busca pela perfeição
física e moral). Com suas obras, os autores arcadistas buscavam disseminar os
ideais neoclássicos e combater os exageros do barroquismo, ofertando uma vida
pastoril, cultuando as coisas puras e simples da vida no campo. Ao se filiarem
nesta temática, os autores adotavam pseudônimos de antigos pastores gregos.
António Dinis da Cruz e Silva(2)
António Dinis da Cruz e Silva nasceu em Lisboa, em 1731, filho de uma
modesta família lisboeta, cujo pai imigrou para o Brasil pouco antes do seu
nascimento, deixando a educação dos filhos a cuidado de sua esposa. António
estudou Latim e Filosofia no Colégio dos Oratorianos e, em 1747, entrou na
Universidade de Coimbra onde estudou Direito.
Fundou em Lisboa, em 1756, juntamente com dois outros bacharéis em Direito, Esteves Negrão e Teotónio Gomes de Carvalho, a Arcádia Lusitana ou Olissiponense, adotando o pseudônimo arcádico de gosto clássico Elpino Nonacriense.
Seguiu a magistratura, sendo nomeado juiz em Castelo de Vide, em 1759, e em Elvas, em 1764. Mais tarde, foi promovido a Desembargador da Relação do Rio de Janeiro. Nomeado posteriormente Desembargador da Relação do Porto, regressou a Portugal, em 1774. Em julho de 1790 foi nomeado Desembargador da Casa da Suplicação. Nesta qualidade foi de novo ao Brasil como parte da comitiva para julgar os réus da revolta que ficou conhecida por Inconfidência Mineira, na qual estavam implicados amigos seus poetas, tais como Tomás António Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Inácio José de Alvarenga Peixoto. Em Dezembro de 1792, foi nomeado para exercer as funções de Chanceler da Relação do Rio de Janeiro e seis anos depois conselheiro do Conselho Ultramarino, funções que o obrigavam regressar a Lisboa, contudo faleceu antes do retorno, no Rio de Janeiro a 5 de Outubro de 1799.
Para a História da Literatura portuguesa, Cruz e Silva notabilizou-se como fundador da Arcádia Lusitana, (...), como um dos escritores que mais se esforçou pela difusão do ideal clássico de pureza, equilíbrio e bom gosto, contrariando assim os excessos do Barroco. Sua obra de maior vulto, talvez a mais apreciada obra de todo o período arcádico, é o poema heróico-cômico O Hissope (de 1768), verdadeira obra-prima do humor nacional, que desfrutou de grande popularidade e foi traduzido para francês, inglês e alemão.
O poema foi escrito no estilo épico de Os Lusíadas, num estilo propositadamente escolhido para melhor realçar o ridículo. Tem como tema uma questão de cerimonial entre o bispo de Elvas e o deão da respectiva Sé. O poema ridiculariza os valores feudais, a mentalidade escolástica, a poesia gongórica, o fausto da aristocracia e os abusos praticados pelo alto clero.
Em 1801 são publicadas as "Odes Pindáricas", em 1802 o poema "O Hissope" e, entre 1807 e 1817, parte significativa da sua obra foi publicada em seis volumes sob a denominação "Poesias".
Fundou em Lisboa, em 1756, juntamente com dois outros bacharéis em Direito, Esteves Negrão e Teotónio Gomes de Carvalho, a Arcádia Lusitana ou Olissiponense, adotando o pseudônimo arcádico de gosto clássico Elpino Nonacriense.
Seguiu a magistratura, sendo nomeado juiz em Castelo de Vide, em 1759, e em Elvas, em 1764. Mais tarde, foi promovido a Desembargador da Relação do Rio de Janeiro. Nomeado posteriormente Desembargador da Relação do Porto, regressou a Portugal, em 1774. Em julho de 1790 foi nomeado Desembargador da Casa da Suplicação. Nesta qualidade foi de novo ao Brasil como parte da comitiva para julgar os réus da revolta que ficou conhecida por Inconfidência Mineira, na qual estavam implicados amigos seus poetas, tais como Tomás António Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Inácio José de Alvarenga Peixoto. Em Dezembro de 1792, foi nomeado para exercer as funções de Chanceler da Relação do Rio de Janeiro e seis anos depois conselheiro do Conselho Ultramarino, funções que o obrigavam regressar a Lisboa, contudo faleceu antes do retorno, no Rio de Janeiro a 5 de Outubro de 1799.
Para a História da Literatura portuguesa, Cruz e Silva notabilizou-se como fundador da Arcádia Lusitana, (...), como um dos escritores que mais se esforçou pela difusão do ideal clássico de pureza, equilíbrio e bom gosto, contrariando assim os excessos do Barroco. Sua obra de maior vulto, talvez a mais apreciada obra de todo o período arcádico, é o poema heróico-cômico O Hissope (de 1768), verdadeira obra-prima do humor nacional, que desfrutou de grande popularidade e foi traduzido para francês, inglês e alemão.
O poema foi escrito no estilo épico de Os Lusíadas, num estilo propositadamente escolhido para melhor realçar o ridículo. Tem como tema uma questão de cerimonial entre o bispo de Elvas e o deão da respectiva Sé. O poema ridiculariza os valores feudais, a mentalidade escolástica, a poesia gongórica, o fausto da aristocracia e os abusos praticados pelo alto clero.
Em 1801 são publicadas as "Odes Pindáricas", em 1802 o poema "O Hissope" e, entre 1807 e 1817, parte significativa da sua obra foi publicada em seis volumes sob a denominação "Poesias".
2- OBJETIVOS
2.1. Objetivos Gerais
·
Apresentar aos alunos a concepção literária da segunda metade do século
XVIII, o Arcadismo, através das obras “O Hissope” e “Odes
Pindáricas”.
2.2. Objetivos Específicos
·
Introduzir os conceitos do Arcadismo, contextualizando o momento
histórico de Portugal;
·
Discorrer sobre a biografia do autor e sua importância para o movimento;
·
Ler e comentar trechos das obras “O Hissope” e “Odes Pindáricas”,
com o olhar voltado para as caraterísticas de composição do poema e suas
críticas sociopolíticas;
·
A comparação da Língua Portuguesa utilizada na época da publicação dos
livros com português moderno.
3- METODOLOGIA
Para apresentação deste tema, serão utilizados:
3.1. Recursos metodológicos
·
Dramatização de trechos dos poemas;
·
Imagens eletrônicas;
·
Visita ao Museu de Arte Sacra em São Paulo (num segundo momento).
3.2. Material de Aula
·
Imagens de obras de arte produzidas na época do Arcadismo.
·
Poesias com tradução para o português moderno para a comparação.
3.3. Avaliação
·
Solicitar aos alunos que pesquisem na internet fotos de quadros que
representam o Arcadismo com explicação sucinta do motivo de terem escolhido
determinada pintura (relacionar os conceitos do arcadismo com as figuras
representadas nas pinturas);
·
Buscar nas mídias sociais propagandas que utilizem o conceito do
Arcadismo.
4- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- CESAD. Arcadismo em Portugal. Disponível em: <http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/17331916022012Literatura_portuguesa_II_Aula_3.pdf. Acesso em 29/03/2016
2- Wikipedia: António Dinis da Cruz e Silva. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Dinis_da_Cruz_e_Silva>.
Acesso em 29/03/2016.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Olá, pessoal. O Arcadismo é muito rico, explorem mais!
"Alimentem" o blog com conteúdos e comentários.
Tenham um bom trabalho!!
Pessoal,
Encontrei os conteúdos, mas o plano está incompleto, ok.
Postar um comentário